Nota: Chance de alta na Selic cresce com projeções de PIB próximas de 3% no ano

A economia brasileira apresentou um desempenho surpreendente no 2º trimestre de 2024, superando as expectativas iniciais dos analistas. Com um crescimento de 1,4% em relação ao trimestre anterior e 3,3% comparado ao mesmo período de 2023, o PIB do Brasil demonstrou um vigor disseminado, com contribuições significativas da indústria e do setor de serviços. Este desempenho robusto levou os economistas a revisarem suas projeções de crescimento para o ano, que agora apontam para um aumento próximo a 3%, em vez dos 2,5% inicialmente previstos.

A expansão econômica foi impulsionada por diversos fatores, entre os quais o consumo das famílias, que cresceu 1,3% e mostrou-se como um dos principais motores do PIB, refletindo uma massa salarial em alta e um mercado de trabalho aquecido. Além disso, houve um crescimento expressivo de 2,1% nos investimentos em formação bruta de capital fixo, especialmente em infraestrutura, o que evidencia a recuperação da confiança na economia brasileira.

No entanto, apesar do otimismo, há sinais de que a economia pode desacelerar no segundo semestre de 2024. Fatores que contribuíram para o crescimento no início do ano, como a safra recorde de grãos e o reajuste do salário mínimo, tendem a perder força nos próximos meses. Economistas como Claudia Moreno, do C6 Bank, esperam que essa desaceleração leve a uma expansão quase nula da atividade econômica no final do ano, embora a projeção de crescimento para o PIB de 2024 ainda tenha sido ajustada para cima.

Essa perspectiva de desaceleração, porém, não elimina a preocupação com as pressões inflacionárias. O crescimento acima do esperado, especialmente no setor de serviços, pode manter a inflação elevada, o que leva muitos especialistas a acreditar que o Banco Central deverá iniciar um ciclo gradual de alta da Selic já em setembro. Esse movimento é visto como necessário para conter a inflação e evitar desequilíbrios econômicos mais graves.

Por fim, a visão predominante entre os economistas é de que o crescimento robusto do 2º trimestre proporciona uma base sólida para o desempenho da economia brasileira em 2024, mas os desafios para manter esse ritmo no longo prazo permanecem. A necessidade de ajustes na política monetária e fiscal é vista como crucial para sustentar o crescimento sem comprometer a estabilidade econômica.

Por: Igor Simoni Ilinsky.

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