Os ETFs (fundos de índice) de Bitcoin nos Estados Unidos enfrentaram recentemente uma série significativa de resgates líquidos diários, marcando a maior sequência desse tipo desde o início de 2024. Ao longo de oito dias até 6 de setembro, os investidores retiraram cerca de US$ 1,2 bilhão de 12 ETFs que investem diretamente na criptomoeda, de acordo com dados da Bloomberg. Esse movimento de saída reflete uma aversão crescente a ativos de risco em um momento de volatilidade nos mercados globais, influenciado por uma série de fatores econômicos adversos. A retração ocorre em meio a uma turbulência no mercado de ações e commodities, onde as preocupações sobre o crescimento econômico e a desaceleração global estão elevando a cautela dos investidores.
A economia global enfrenta desafios, como dados de emprego mistos nos Estados Unidos e a pressão deflacionária na China, que têm exercido pressão sobre os mercados. Essa incerteza também afeta o mercado de criptomoedas, que tem mostrado uma correlação crescente com o mercado de ações, tornando suas flutuações mais pronunciadas e interligadas. Com o Bitcoin sendo um ativo de risco, ele tem se mostrado vulnerável a esse cenário. Em setembro, a criptomoeda registrou uma perda acumulada de cerca de 7%, embora tenha conseguido uma leve recuperação de 2,4% no fim de semana, alcançando US$ 55.682.
Alguns especialistas atribuem essa recuperação parcial a influenciadores do mercado, como Arthur Hayes, cofundador da BitMEX, que encerraram suas posições vendidas. Esse “rali de alívio”, como descrito por Sean McNulty, diretor de operações da Arbelos Markets, foi amplificado pela expectativa de que as políticas pró-criptomoedas de Donald Trump, que tem demonstrado um desempenho favorável nas pesquisas presidenciais dos EUA, possam trazer volatilidade ao mercado. A demanda por opções de hedge também aumentou, especialmente com a aproximação de debates presidenciais, o que sugere que os investidores estão buscando proteção contra movimentos bruscos nos preços.
A perspectiva de curto prazo para o Bitcoin parece depender de eventos econômicos cruciais, como a divulgação dos dados de preços ao consumidor nos EUA, que acontecerá em breve. Conforme ressaltado por Caroline Mauron, cofundadora da Orbit Markets, esses números poderão moldar as expectativas em torno das políticas monetárias do Federal Reserve, o que pode impactar diretamente o mercado de criptomoedas. Até lá, espera-se que o Bitcoin opere em um intervalo limitado entre US$ 53.000 e US$ 57.000, com o mercado aguardando por mais clareza sobre o futuro da inflação e das taxas de juros nos EUA.
Por: Igor Simoni Ilinsky.
Siga nossas redes sociais, para se manter sempre atualizado.